13 de agosto de 2011

Back into real world

Depois de um ano sabático quase cumprido, em que me (re)descobri, reciclei e viajei, cumprindo muitas pancadas e caprichos, encontro-me de volta ao mundo real. O meu mundo real é incrivelmente diferente, já que me encontro a viver num país novinho em folha (para mim) onde ainda não conheço o idioma nem tenho muitos amigos. Está claro que esta parte da história também faz parte da aventura e muitas das batalhas que até aqui eram pensamentos, neste instante estão eminentes e não sei até que ponto será tudo tão real, na minha cabeça não.
No entanto não posso negar o calor que tenho no peito já que todas estas aventuras e mudanças foram um injecção de adrenalina na minha vida, finalmente recuperei de tudo o que queria recuperar e não há peso nenhum sobre os meus ombros pois estou limpo, por dentro e por fora.
Será realmente real este mundo onde estou a viver, ou fiz com que os meus sonhos continuassem? Arranca aqui e agora mais uma etapa na minha existência, wish me luck!!!

7 de agosto de 2011

Portugal no seu pior!

Depois de ler um artigo publicado no jornal Expresso (http://aeiou.expresso.pt/e-inevitavel-portugal-sair-do-euro=f666554), em que um antigo "capo" do FMI diz que o Euro tem os dias contados, e Portugal deveria ser o primeiro país a terminar com a tentativa fútil de permanecer na moeda única, não posso deixar de me rir à gargalhada, isto porque nos dias de hoje se não entendermos as piadas políticas que nos vão contando nas notícias, então é porque não percebemos nada do tema. Encontro-me na inevitável encruzilhada de pegar numa garrafa de Whisky e fazer uma saúde aos malandros que nos puseram nesta situação (vocês é que a levam direita), ou mandar a garrafa pela janela a ver se acerto na cabeça de algum deles. O problema é que vivo fora do país e o mais parecido que tenho com um político português aqui perto, são os coelhos que invadem o meu quintal e que vêm comer à borla.
Ao bom jeito nacional, tudo isto existe, tudo isto é triste, tudo isto é... Portugal! Não vale a pena procurar desculpas e culpados, isso não resolve a situação. O único problema para o qual não há solução é a morte, por isso enquanto não matarem todos os portugueses e afundarem Portugal no oceano atlântico, não nos temos que preocupar demasiado. Não sei se vamos sair do euro, se vamos voltar ao escudo, se vamos ser mais pobres, ou mais ricos. O que sei é que nada do que possa acontecer nos tirará a dignidade de vivermos as nossas vidas felizes. Caramba, é só dinheiro, não é a nossa sabedoria. Quanto maior o problema, maior o desafio. Já diziam os Israelitas: "Num país em que os recursos são nulos como em Israel, a única coisa que nos resta são os nossos cérebros"... No entanto aprendendo do conteúdo, devemos aprender a ser um pouco mais judeus e permanecer unidos, remando para o mesmo lado, porque potencial ninguém dúvida que temos, mas capacidade de executar uma "cosa nostra nacional", sobre isso já não tenho tanta certeza...

4 de agosto de 2011

Contradições

Uma vez no café escutei dois jovens a conversarem, enquanto tomavam um café ao balcão:
- Um meu vizinho meu lá do prédio, que já está reformado, acabou-se de comprar um BMW modelo não sei das quantas, com não sei o quê topo de gama e coisas do estilo. E eu ando com este chaço velho a cair de podre. Porra pá, dá Deus nozes a quem não tem dentes. O velho qualquer dia espeta-se com a porcaria do carro porque o bote anda mais do que aquilo que o gajo pode controlar...

Dá Deus nozes a quem não tem dentes? Ou será que quem tem as nozes no bolso - fruto de uma vida de trabalho - é que perdeu os dentes com a idade? Seja como fôr, acho que é um propósito estranho (não generalizando mais do que a classe média, porque os ricos não contam) o de ser jovem e falido, mas velho e rico. Afinal neste mundo "it's all about the money". Uma pessoa mata-se a trabalhar uma vida inteira para começar de jovem, cheio de energia e capaz de comer o mundo, mas sem dinheiro, e acabar velho, com menos saúde que uma batata engelhada e o trabalho de uma vida repartidos numa conta bancária, numa casa e num carro.

Não sei se isto é linear e se vai levar a algum lugar, mas o que é certo é que as pessoas andam redondamente enganadas com as prioridades das suas vidas, tanto os velhos como os novos. Será que foi para isto que viemos ao mundo? Para estarmos preocupados constantemente com o que compramos ou deixamos de comprar? Ou será que ainda existe uma réstea de esperança e alguém pode encontrar felicidade sem ter de gastar dinheiro. No meu humilde ponto de vista, consumismo desenfreado, implica mais dinheiro, que por sua vez implica mais trabalho, que por sua vez implica menos tempo dedicado a viver. É tão simples mas no entanto parece tão complicado para a maioría das pessoas.

Se o mundo fosse um bocadinho mais como era antigamente, em que o Natal era para a família e não para as grandes superfícies comerciais, um carro era mais um meio de transporte, e não um pacote descartavél que se troca cada dois anos sendo apenas bom negócio para os bancos e empresas que se aproveitam disso, um lar era uma casa para toda a família e não um armazém de velhinhos sem saúde, talvez as pessoas se preocupassem mais com a sua vida e todo o potêncial que ela tem para ser vivida e deixassem de se iludir com as fantochadas que o sistema põe em cena para nós. Mas aparentemente este é o destino da humanidade e como qualquer destino (parece que) já está escrito...

Quem sou eu para contradizer o que já está escrito. A natureza é quem o escreveu, nós só estamos aqui para constatar os factos...