24 de abril de 2007

NIE (Saga II)
Ah pois é bébé, o Luigi já é español! Claro que à terceira é de vez, e à terceira só caem os tótós, o que implicou que nesta terceira visita á comissaria da calle Gremis nº34, lá tivémos de nos levantar com as galinhas, está claro que nao tivémos free pass. Chegámos lá por volta das 6h30, uma porrada de gente (pra variar).
Um homenzito, na casa dos seus 50 anos, tomou a liderança do rebanho, e desde a noite de Domingo começou a fazer a lista das pessoas presentes, por ordem de chegada. Ficámos com o numero 226 e 227 (tudo numa noite)...
Às 9h00 já ia quase no numero 400 (quase a populaçao de um pueblo, enfim).
Entretanto aparecem os polícias burros, ao que dizem que até o numero 80, nao era preciso ter senha, a partir daí toca a distribuir as senhas, tipo judeus...
Subiram dois polícias e um gajo ucraniano para cima de um muro, e lá comecou a distribuiçao das senhas através da lista do velho carcaça de 50 e tal anos. Claro que os bois dos polícias tiveram de marcar a posiçao, e só davam a senha olhando para o passaporte da malta. Eu bom tuga que sou meti-me logo atrás dos gajos na parte de trás do muro, ao que fui várias vezes avisado para descer pro chao pelo polícia tótó, o que me deu muita vontade de lhe espetar um puro nas trombas (acho que aquele ambiente me fez ficar agressivo, eu que sou da paz...). Só iam distribuir 150 senhas, o que pelo meu numero de chegada nº226 dava a senha 146 (mesmo á risca, mesmo á maneira, olé). Disseramnos para aparecer de tarde às 17h00.
Lá fomos, mas com o transito chegámos às 18h00, já a ver a vida a andar pra trás. Ainda ia na senha 50, faltavam quase 100 pro nosso numero. Toca de ir pra tasca beber bujas e comer cadelinhas de tomatada, cá já chegou o verao. Quando chegou a nossa vez, fomos atendidos, mas como dita a lei de Murphy e os meus instintos, tava a ver que tinha de haver alguma bronca comigo, o dia já nao me estava a correr bem.
Cheguei, o velho que me atendeu, mete o meu numero na base de dados e pergunta-me "...Usted se llama Daniel no sé que, vive en la calle no se cuantas y es ucraniano, verdad?..." ao que eu fiquei branco, claro que a velha de sexta se enganou, e fez-me ir ao banco pagar a taxa de outro gajo qq, queres ver que já me lixaram, hein?
Confusao do caroço, eu a ver que tinha de voltar, mas o gajo teve de frisar, que só porque era bonzinho, ia resolver esta merda, só porque era bonzinho. Calro que eu pensei "...És é um grande urso, pq a otária da tua colega é que se enganou, e eu levantei-me ás 5h30 da manha, e tu estás-te é a cagar pra mim e pros kosovares todos que estao aqui a noite toda a dormir á porta..." . Respondi-lhe com um sorriso melancolico, entre a minha camisa á beto (sim porque pra estas merdas curto ir vestido á beto, pra causar impacto) "...Vea usted se puede solocionar esto por lo mejor, no es mi culpa, por favor, :)...". Grunhiu umas merdas, chamou a colega dele, porque via-se que estava a ler completamente, e a senhora imprimiu-me a declaracao. Problema resolvido, toca a ir pra tasca festejar a legalidade com umas minis da "mhaou"... E vaosagadafuderestescabroesdemerda...
Claro que nas finanças, para recebermos as nossas vinhetas personalizadas perdemos apenas 5 min e fomos tratados como lord's.
É realmente triste o que se passa com os emigrantes, ainda mais de paises membros da CEE. Aprovem lá a merda da constituiçao europeia, isto é inadmissivel, desumano e ingrato a um país que se diz de 1º mundo. Lá vem a velha máxima, em portugal, somos isto e aquilo e mais nao sei quê, mas sabemos ser pessoas. Os espanhois têm a mania que sao espanhois e isso diz tudo. Aparte de tudo, quando veio nas noticias que o Cristiano Ronaldo ia ganhar nao sei quantoe milhoes de euros por ano, lá vem o jornalista engraçadinho a dizer "...Pues, este sueldo ya es posible para ele comprar médio Portugal..." Palavras pra quê, para españa seremos sempre a sargeta deles e nem eles sabem o quanto nós valemos. Pelos vistos nunca vao saber...

22 de abril de 2007

Sexta foi um dia de merda. Fui mais o Janeca á comissaria de polícia na calle Gremis, para poder fazer a segunda fase do processo para ter o NIE (Numero de identificacíon de extranjeros), para depois poder ter o número de segurança social, para depois ir à agência tributária tirar um número fiscal, para poder descontar nos impostos como um cidadão espanhol, enfim...

Dia 1 (10 Abril) - O sistema em si está uma grande porcaria, bem pior que os serviços públicos portugueses. No primeiro dia liguei para essa comissaría para averiguar os trâmites a desenvolver. A senhora (notavelmente mal educada) disse-me que era ali na calle Gremis nº34 "...Venga, venga, estamos abiertos a partir de las nueve, necesita su pasaporte..."... Lá fomos para lá bem cedinho.

Quando chegámos ao local, deparámo-nos em frente á comissaria com uma multidão em jeito de fila impressionante, desde chineses, marroquinos, américo-latinos, nigerianos, ucrânianos, romenos, brasileiros, etc., e um aroma no ar a catinga, caril, vinho, e banhocas tomadas á já algum tempo, enfim, um cheiro a campo de refugiados de guerra (e atenção que nunca estive em nenhum).

Tipicamente estavam lá aqueles polícias frustados da vida que têm a mania que sabem tudo e que são importantes e lá fomos falar com ele, ao que ele responde, mal educadamente ..."Ah, esto no es acá, es en calle maestro 'não sei das quantas' "... (tipo do outo lado da cidade). Felda-se, lá fomos nós para a calle maestro 'não sei das quantas'.

Chegámos depois de meia hora no trânsito, e uma porcaria para arrumar o carro. Outra fila de gente estranha e ilegal, outros dois polícias com a mania. As mesmas perguntas, a mesma resposta, outra direcção ..."Ah, esto no es acá, es en calle Ballester "... Felda-se será possível????

Já com a neura fomos para a calle Joaquin Ballester. Entrámos no edificio (agora mais á frente) detector de metais, um montão de seguraças privados, e duas placas "Esquierda, cidadanos NO comunitários, derecha, cidadanos comunitários".

Fomos para a direita, vimos as senhas, ia ái no 20 e tal, a nossa era o 90 e tal.

Como bom tuga que sou passei á frente da fila ..."Solo para hacer una pergunta, a la señorita del despacho"... ao que a señorita me responde ..."Ah, esto no es acá, es en calle Gremis nº34 "... ARGGHHHHH, NINGUÉM MATA ESTES ESPANHOIS?????

Obviamente que nos passámos dos cornos e perguntámos se eles estavam a gozar connosco, ao que ela reagiu muito bem, e nos deu um free pass para passarmos á frente da fila, porque tinha sido o primeiro local onde tinhamos estado ás nove da manhã. Lá voltámos para a calle Gremis nº34.

12h25 - De volta á casa de partida, a fila visivelmente mais reduzida, os mesmos polícias imbecis. Claro que agora erámos importantes tinhamos free pass :P
Passámos á frente de toda a gente, e é entrada estava um polícia velho, gordo e o mais mal educado de todos, ao que ao lhe dar-mos o free pass e explicarmos a imcompetência dele e dos seus camaradas otários, ele nos diz que não dava para tratar naquele porque as filas normalmente começam ás 5h00 da manhã e há gente que não é atendida e tem de vir no outro dia. Tocámos na ferida, usámos o free pass, e dissemos que estavamos a perder um dia de trabalho. ..."Ok! Al final de la cola"... Estivémos na cola uma hora e tal e entrámos. Lá dentro preenchemos um papel e agora o cerne da questão desta história toda. A senhora que nos atendeu, explicou-nos o processo, hoje marcavam um dia para levantar o número de identificação de extrangeiros, (20 de Abril), nesse dia tinhamos de nos sujeitar á fila toda (atenção fila de 5, 6 horas se viermos cedo tipo 7h00) para irmos levantar um papel que temos de ir pagar a um banco, e depois voltar outro dia (mais uma fila de 5, 6 horas) para levantar o dociumento de identificação de extrangeiros. Grande brutos estes gajos, isto não se faz, assim sinto-me como os nigerianos desesperados que lá estavam, a tentar passar a fila...

Dia 2 (20 Abril) - Lá fomos nós ás 9h00 da manhã para a fila da calle Gremis nº34, uuuuuiiiiii estava três vezes maior que o outro dia, realmente impressionante. Tentámos falar outra vez com o polícia bruto e mal educado, pelo que se antecipou um outro (mais jovem e mais mal educado) que nos respondeu, ao mostrar-mos o papel, "...Atras, atras, ya he dijo, atras...". Eu tentei manter o nível de chá na conversa e perguntei-lhe, se ele não me ia responder, ao que ele repondeu "...Atras, atras, ya he dijo, atras..."que grande urso era este, pior que o cabrão do velho.

Resolvemos ir beber um café, e pensar na vida, estáva-se mesmo a ver que hoje não dava para tratar desta porcaria. Ligámos á nossa secretária, para ele se informar porque os gajos estavam armados em ursos. Ela depois de averiguar, diz-nos que tinha ligado para lá e que tinhamos de ir á porta do lado e que não tinhamos de nos sujeitar á fila outra vez. Lá fomos. Uma menina novinha que teve muita pena de nós, disse-nos que tinhamos de ir para a fila grande outra vez, porque nos tinham enganado na informação. Não é que nos deu um free pass...

Outra vez o mesmo filme, passámos o primeiro polícia estúpido e dissemos com sorriso de cabrão e de gozo, "...Tenemos pasar sin Turno..." é claro que o gajo ficou burro, e deixou-nos passar. Agora vinha a fase mais difícil do plano, passar pelo polícia velho outra vez e dar-lhe a mesma tanga. Com o free pass na mão, cheguei-me a ele e disse, ..."Tenemos pasar sin turno"... expliquei-lhe que o que tinhamos de tratar era diferente do resto das pessoas que estavam ali, porque não iamos tratar do cartão de identificação de extrangeiros (não era mas pronto, para gente burra, qualquer tanga serve, porque os otários de merda nem sabem diferenciar para que serve o serviço que estão a guardar) ele ainda ficou mais burro que o outro e depois de grunhir umas merdas que não percebi nada, deixou-nos passar. Tinhamos feito a segunda fase do processo, tinhamos passado á frente da fila duas vezes, foi limpinho :D

Agora segunda feira vamos lá para terminar esta merda, odeio ser emigrante ilegal e odeio mais estes polícias estupidos que nem uma pedra. Este povo não está preparado para os Tugas, aldrabar o sistema é cá connosco, tenho andando todo o fds a pensar como vou arranjar um free pass outra vez, amanhã logo vemos...


É verdade já tenho uma bici de paseo, é a minha bike Pasteleira! Coitadinha estava abandonada cá em baixo na entrada do prédio faz já muito tempo a ganhar pó, ferrugem e coisas más para a saúde. Ela estava sempre a olhar para mim. Eu que sou um coração mole e não resisto ao degredo, tomei a liberdade de lhe dar uma chance nova na vida, na minha vida, e fui buscar a zagaia...

Ela estava suja, imunda, sem graça... Era côr de rosa... Arranjei-lhe os travões, oleei a corrente, limpei-lhe os rolamentos e pus-lhe roupas de gala.

É a minha pomba azul, a minha liberdade nas calles, um pouco de mim nela... sou eu... é ela...




































17 de abril de 2007










































































































































































































































































































Um Fim de Semana à alemao, com uma comunidade alema em casa e com uma visita de uma chikititia alema muito especial, a Bentje. Fica sempre no peito a bela Valéncia, os seus jardins, os seus caminhos, o livro aberto que é. Um pouco de cultura nunca matou ninguém, um toque de glamour françês tao pouco, mas o belo que esta cidade tem é o toque de Lisboa e o seu aroma subtil que nos leva a baixa numa tarde de primavera... Simplesmente lindo!

10 de abril de 2007

"...Este é um livro de viagens, um livro de alguém que, como nos sonhos de infância, teve a sorte de partir tantas vezes com pouco mais que um saco de viagem e uma máquina de filmar ou de fotografar..."
Miguel Sousa Tavares
in Sul
















































Um coche, 1650km de pura liberdade, muitas estradas, dois chicos pacholas e quatro dias de férias. O resultado foi uma viagem linda, que começou na neve e no frio, em Andorra (La Vieja e La Paz). Ali pudémos ver a porrada de emigras (nuestros compañeros) que já se exilaram do Tugal. Vale a pena para comprar algumas cenas, e ver as escarpas lindas dos pirinéus, de resto só mesmo pra ir curtir na neve. A viagem seguiu para "Le Ville Rose" (Toulouse), onde tive a oportunidade de visitar uns amigos de erasmus e disfrutar de uma das cidades mais bonitas que vi na minha vida. Toulouse tem muitas influências dos romanos, i.e., os edifícios sao na sua maioria feitos de tijolo burro, o que ficou conservado de uma forma realmente absurda até aos dias de hoje, daí o apelido de cidade rosa. Jogámos á "petanque", bebemos muita buja e até fizémos um vacallau á brás :P
A última parte da viagem foi dedicada aos "chateux" mediavais do sul de França. Entre alguns marramachos realmente Braveheart, ficou a bela Carcassonne e o seu castelo medieval. Esta cidade tem um valor muito bonito para mim, porque foi a primeira cidade Francesa que visitei, faz agora 5 anos, nos tempos do interrail (quando eu ainda era jovem :P). Ainda houve tempo pra fazer uma visita marota, à minha Barcelona do coração, essa cidade que me sai do peito, quase como Lisboa...