25 de octubre de 2007

Saga Marroqui
Dia II
O dia amanheceu muito mais cedo do que estávamos habituados. A noite anterior foi muito tranquila porque estávamos derrotados do primeiro dia de viagem e dormimos como dois bebés. Tomámos um pequeño almoço relativamente gostosao e despedimo-nos do nosso anfitriao Hamid um pouco desconfiados porque ele insitia na viagem ao deserto e no seu amigo de Ouarzazate. Seguimos para essa pequena cidade que fica apenas a 30km e sem intençao de busca, encontrámos um estudio de cinema que pertence ao Produtor de cinema italiano Dino de Laurentiis (pai de Hannibal Lecter). Neste estudio foram filmados e trabalhados filmes como: Lawrence of Arabia, Tea in Sahara, Black Hawk Down, Kundum, Gladiator, Cleopatra, The Mummy I e II, Alexander the Great, Kingdom of Heaven, Sahara, Troy, Hidalgo e mais recentemente Babel. Dentro dos pavilhoes existe uma pequena exposiçao dos adressos originais utilizados nalguns destes filmes, nomeadamente Gladiator e Cleopatra.
Finalmente entrámos en Ouarzazate. Por casualidade estacionamos em frente da Loja de viagens da familia Azizi e sem intençao de negociar nenhuma volta pelo deserto quando estávamos a mais de 250km do Sahara, tivémos a coincidencia de nos cruzar com o tal Moustapha que estava à “coca” a ver se via “la voiture petit avec les touristes du portugal”. Tive que negociar com o amigo do Hamid, o que à partida nao tinha muita conversa nao ia pagar muito dinheiro pela viagem no deserto. Consegui por 750DH para os dois uma noite no Sahara com Jantar, Pequeno almoço, dormida e viagem de Camelo e guarda bagagem na estancia. Como tinhamos que estar lá pelas 16h00 apressámo-nos e fizémos a viagem directa até ao deserto, sem parar pelo caminho. Bem de verdade parámos apenas para comprar turbantes numa terra com um nome que nem me lembro em que e o senhor da loja muito simpático e de seu nome também Moustapha, disse-me para quando voltasse do deserto que trocaria jóias e artigos do seu negócio por medicamentos, Wishky, ou mesmo roupa. O certo é que nao o voltei a ver, acabei por trazer toda a roupa que tinha levado para trocar de volta a BCN, e a garrafa de Wishky ficou no deserto…
Chegámos ao Oasis onde estava a estância turística a uns 4km de M’hamid por volta das 16h00. Encontrámos alguns turistas e fomos recebidos pelo local’s entre os quais um tal Yoseph que nos guardou as malas e nos serviu um chá de menta enquanto preparavam os camelos que nos levariam ao Sahara. Conversa puxa conversa e descobri que eles tinham um certo agrado pela música, o que resultou num intercâmbio musical. Eu com a minha costeleta brasileira, nao pude deixar de tocar uns sambas e com agrado escutámos alguns temas bérberes alguns tocados com uma espécie de guitarra local feita de madeira e pele, com três cordas, sem projecçao de som e muito engraçada.
Já ao final da tarde avisaram que os camelos estavam prontos e tudo em ordem para partir para o deserto.
O nosso guia era um negro bérbere de seu nome Faraji, que durante todo o caminho quase nao falou, nem conosco nem com os camelos.
O meu camelo era um pouco mais jovem que o camelo da Nice, digo isto pelo aspecto que tinha e porque era muito refilao e durante todo o caminho nao parou de emitir gruñidos, ou entao porque se queria queixar da besta de 91kg (diga-se eu) que lhe puseram em cima…
Estar no deserto para mim é algo inexplicavel. Em primeiro lugar as cores que se geram e as texturas que se vêem com os diferentes ángulos do sol sobre as dunas, para nao falar na suavidade da areia e nas brisas quentes que voam sobre nós. Em segundo porque é algo muito exótico por todos os elementos circundantes que nos abraçam.
Depois de 1h30 de viagem chegámos ao acampamento. O pôr do sol já se tinha consumado e foi bem apreciado de cima dos camelos. Foi tao bem apreciado que na manha seguinte nao tinhamos bateria nas máquinas fotográficas… O Faraji ajudou-nos a baixar dos camelos e indicou-nos a nossa tenda sem porta e feita de um pano muito grosso e castanho escuro com chao de areira, era uma tenda muito Alibábá e 40 ladroes.
Nao tardou a ficar escuro e fomos para dentro ajudar o Faraji a prepara um tagine de oblea. Eu como bom ayudante que sou descasquei batatas, censuras, cebolas e o Faraji ia-me ensinando a receita numa linguagem francesa ainda pior que a minha e a Nice ia escrevendo a receita nos seu apontamentos. Devo dizer que foi o melhor Tagine que comi em Marrocos, bem regado com água mineral natural da garrafa de 1,5L que tinhamos e batido com melao e uvas.
Ao sair da tenda que servia de cozinha, depáramo-nos com outra recordaçao memoravel do Sahara – O Céu. É simplesmente inexplicable a imagen que vi, deitado na areia a fumar um cigarro com a minha menina abraçada a mim.
Por fim o sono tomou conta de nós e fomos para a nossa tenda. Nunca tinha apreciado igual tranquilidade, senti nessa noite o magnetismo que tanto havia escutado de África, um magnetismo que nos prende de verdade, uma calma inesquécivel…















2 comentarios:

Jay Cee dijo...

Tambem adorei o deserto qd ai estive. Tb n eramos para ir e tinhamos pouco dinheiro mas acabou por ser das melhores coisas q fizemos! Mas tb ao fim de uma semana dos marroquinos sp a tentar enganar ja temos medo qd nos proe alguma coisa...

A unica diferença é q dormimos ao relento, durante a noite acordei com frio mas de manha n me aguentava com o calor!!!

Anónimo dijo...

Que rico el te de menta..!!Lch